Diferente dos padrões de criança faladeira e bagunceira, rótulo das crianças com DDA, principalmente as com TDAH(déficit de atenção + hiperatividade) eu era aquela garota bem quietinha, eram comuns os comentários do tipo "nossa nunca tinha ouvido a sua voz" ou "o gato comeu sua língua?".
Na alfabetização, as professoras sempre comentavam com minha mãe que quando eu copiava do quadro eu comia algumas letras ou palavras, repetia as linhas, essas coisas....Há! os acentos, eu até hoje não sei acentuar direito, também não aprendi e não consigo aprender esse negocio de silaba tônica, e pior que no meu curso de inglês sempre tem uns exercícios disso, para você aprender a pronunciar, aliás, inglês é outro atraso de vida. Trocar "Z" por "S" e "Ç","S","SS" e "C" ainda é um problema que me persegue, ainda bem que existe o Microsoft Word.
No colégio eu sempre tinha "aula de apoio" e em casa as professoras particulares, odiava isso tudo. Outro fato que me marcou foi que eu sempre tinha lugar marcado na frente, eu era a única quietinha que tinha que ficar na frente, para prestar mais atenção, eu achava isso um absurdo. Na verdade grande parte das aulas eu ficava brincando com minhas canetas, lápis e lapiseiras, a caneta BIC era tipo o vilão e ele sempre batia e roubava as "joias" do Compactor, que eram aquelas partes pratas da lapiseira, não acho que perdi muitas coisas importantes com isso, sério, prestar atenção nas aulas não mudaria minha vida.
Eu tive muitas professoras chatas, principalmente de português, eu definitivamente odeio português. A que ganhou de longe todas foi a Ana alguma coisa, eu acho, (poxa eu esqueci o nome dela =[ ) mais então, ela passava a aula inteira me vigiando e quando eu estava menos prestando atenção, ela falava:
_Maria Eliza, preta atenção!
Acho que a palavra que ela mais falava na sala de aula era meu nome...tinha vezes que ela fazia uma maldadezinha assim:
_Maria Eliza tá prestando atenção?
_to sim.
_Então explica para sala o que você entendeu sobre isso.
Outra professora que era insuportável e que me deu aula nos últimos 4 anos da escola era a Ana Crespo (essa, depois de 4 anos eu tinha que saber o nome né?) na verdade eu comecei a achar ela um saco nos últimos 3 anos, quando ela me dava aula de redação, ela era super. rigorosa e eu era do tipo que esquecia de por os títulos e o parágrafo, todo ano estava eu de recuperação em redação. Na verdade no fundo no fundo, eu acho ela legal, ela é uma pessoa comunicativa e gosta dos alunos dela. =D
Final de ano e recuperação. Só teve um ano que eu realmente passei direto, que foi na quinta série, eu acho que foi nesse ano que eu estava fazendo tratamento com Ritalina, eu não continuei o tratamento, acho que min ha mãe é do tipo que não gosta de remédios, há! Ela e meu irmão também tem déficit de atenção, na verdade eu não acho que ela tenha muito não mas, se ela acha. Bem pelo menos eu acho que aprendi mais na recuperação que na escola, acho que era porque tinha pouca pessoa na sala e a professora dava mais atenção as pessoas que precisavam.
Contudo, minha vida escolar mudou muito dês do segundo ano. As pessoas da minha escola começaram a se preocupar mais com o vestibular e decidiram utilizar o sistema de ensino Poliedro, que é o cursinho que mais aprova para IME e ITA. Nós tínhamos palestras de um cara chamado Cezar e ele dizia que tínhamos que estudar pelo menos 5 horas por dia para passar em uma federal, mais não foi isso que realmente mudou minha vida. Como a escola estava com pouco dinheiro e alunos, decidiram juntar as turmas e minha sala ficou com uns 60 alunos, então, sempre tinha zumbidos e conversas paralelas, e a professora nova de matemática, Nádia, era muito rigorosa e sempre dava um teste surpresa quando a turma estava agitava, e todo mundo zerava. Até que um dia eu pensei um negocio, ela sempre passava exercício do livro, então vou estudar o assunto que ela vai falar aula que vem, fazer uns exercícios e fazer um bom teste-quase-surpresa. Dito e feito ela no outro dia deu um teste surpresa de 10 questões e eu fui a única que gabaritei \o/ (o resto tinha zerado, e algumas pessoas tinham tirado notas abaixo da metade).Esse dia mudou minha vida, todos me deram parabéns no recreio e a partir dai eu só tive notas boas em matemática e em física. Mas continuei indo mal em português.
O final do terceiro ano estava chegando e eu era, pelo incrível que pareça, uma das indicadas para passar em uma faculdade publica (na minha escola eu acho que só passaram uns 10,contando aqueles que passaram na ultima opção para algo do tipo licenciatura em alguma coisa), somente eu e uma amiga minha estávamos com o conceito "A" na prova da UERJ.E então no final eu acabei passando para a UFRJ campus Macaé para Engenharia. Este tópico já está muito grande e amanhã eu tenho prova de Calculo, mas depois eu faço um outro só para falar das besteiras que fiz no vestibular .....
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